Novo Ano, Nova Vida... Ou Talvez Não
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2023 foi dos piores anos da minha vida, se não mesmo o pior. Vejamos:
Logo em Janeiro perdi o meu pai para um AVC massivo, sem qualquer aviso prévio; sendo que já tinha perdido a minha mãe e todos os avós, a sensação de vazio e de estar agora na "linha da frente" é avassaladora.
Em Abril perdi uma tia, irmã do meu pai, também na sequência de um AVC (entre outros problemas de saúde), que teve um papel importantíssimo para mim na minha infância e adolescência e que eu adorava.
Em Maio a minha filha terminou um relacionamento sério com um rapaz que se revelou ser exactamente o oposto do que mostrava e que lhe (nos) provocou uma tremenda desilusão; não teve directamente a ver comigo, mas o facto de o ter acolhido em minha casa, de sempre o ter tratado como um filho e no fim ter sido acusada de tudo e mais alguma coisa magoou-me horrores.
Em Agosto/Setembro a minha filha largou tudo, incluindo o emprego em que já estava efectiva e onde era muito bem tratada e estimada e mudou-se para a outra ponta do país, o que me impede de a ver com alguma regularidade, de a acompanhar, de a apoiar no dia a dia e me causa uma angústia terrível, porque estou sempre com o coração nas mãos, por mil e uma razões (coisas de mãe galinha).
Em Novembro faleceu um dos meus animais de estimação, um gato, com menos de 12 anos de idade, subitamente e sem causa atribuída (pura e simplesmente caiu para o lado e já não se levantou mais; ainda corremos para o vet, fez exames, análises, ficou internado, etc., mas não aguentou nem 24h). Gato este que acompanhou toda a infância do meu filho e que todos nós adorávamos.
Também em Novembro bateram-nos na autocaravana (a nossa solução para podermos visitar a filhota), que está agora encostada à espera de peças - não é bem o mesmo que arranjar peças para um automóvel...), o que me impediu de passar o Natal com a filhota e restante família - marido e filho, que por aqui já resta pouca gente.
O marido e o filho são ambos viciados (não assumidos, claro) em jogos de computador, é desde manhã até à noite agarrados aos pc's e nunca estão disponíveis para nada a não ser que seja mesmo obrigatório, como por exemplo ir ao supermercado arranjar comida.
Resumindo, eu passo semanas - sim, semanas, se não forem meses - fechada em casa, sem trocar uma palavra com ninguém, sentada na mesa da cozinha. A depressão é gigantesca, os sentimentos de culpa e de falhanço também.
Sinto a saúde (física e mental) a deteriorar-se, estou muuuuito acima do peso, durmo mal, passo a vida a comer porcarias para tentar compensar o enorme vazio que sinto (um disparate, eu sei), não faço qualquer tipo de exercício (e olhem que já fui do género de ir pelo menos 2h por dia, 5 dias por semana ao ginásio) e não tenho motivação para nada, absolutamente nada; vão-me valendo as agulhas de crochet e tricot, que lá me permitem manter alguma sanidade mental.
Resolvi criar este blog porque não posso continuar assim, a matar-me aos poucos, sem qualquer tipo de interesse ou vontade de viver. Já sei que ninguém vai ler, mas ao menos eu posso desabafar e imaginar que talvez alguém me compreenda. A intenção é vir aqui diariamente e fazer um resumo dos dias, tentando assim ter mais noção das coisas que faço/vou fazendo e aos poucos ir melhorando a forma como me sinto. Não faço ideia se vou conseguir, porque hoje em dia assim que me deparo com um problema ou contrariedade a primeira coisa que quero fazer é enfiar-me na cama, mas... vou tentar.
Olá Natacha
ResponderEliminarEu li o teu texto e revi-me em pequenas coisas, mas que não deixam de ter impacto.
Espero que o blog e quem te ler, que as pessoas vão ler, sim, te ajude a superar.
Andamos todos, de uma maneira ou outra, a tentar andar à superfície.
Já pensaste em arranjar um psicólogo. Olha que aconselho milhões. Eu ando num.
Sofro de ansiedade, às vezes sinto que roça ali a depressão mas luto para tentar melhorar. Há mais de 1 ano que outros assuntos pessoais me deitaram abaixo, mas cá ando na luta. Desistir é que nunca!
Pensa em ti e força!
Cláudia - eutambemtenhoumblog
Olá Cláudia!
EliminarMuito obrigada pela tua visita e pelas tuas palavras, não imaginas a força que me deram!
Está nos meus planos fazer psicoterapia, mas por enquanto está o meu filho a ser acompanhado e não dá para suportar financeiramente dois processos de psicoterapia...
Um beijinho!